Nasa reconhece que China deve vencer nova corrida espacial
Os soviéticos bateram os EUA na corrida pelo primeiro satélite artificial e pelo primeiro homem no espaço. Agora, os chineses poderão chegar à Lua antes que os americanos consigam organizar seu retorno.
Cinqüenta anos depois de o Sputnik se tornar o primeiro satélite artificial da Terra, uma nova corrida à Lua tem lugar. E a Nasa, ganhadora da primeira disputa lunar, já prevê a derrota.
"Pessoalmente, acho que a China estará na Lua antes que nós voltemos", disse o administrador da Nasa, Michael Griffin, durante uma palestra pouco divulgada, realizada duas semanas atrás. "Acho que, quando acontecer, os americanos não gostarão disso. Mas terão que se contentar em não gostar".
A sinceridade de Griffin chocou muitas figuras da comunidade espacial, mas pessoas que conhecem a situação reconhecem a verdade de suas palavras. A China já realizou duas missões tripuladas ao espaço e está ansiosa para seguir rumo à Lua. A Nasa tem um prazo de até 2020 para pôr seres humanos de volta na Lua. A China poderá chegar lá antes.
Pequim tem uma sonda pronta para ser lançada à Lua, talvez ainda este ano. Essa nave será seguida por uma sonda que descerá no satélite e, por volta de 2017, um robô será enviado para trazer rochas lunares para a Terra. Se "taikonautas" - como são chamados os astronautas chineses - seguirão antes de 2020, ainda é incerto.
Os EUA "são mais avançados tecnicamente. Certamente poderíamos voltar à Lua antes dos chineses, mas não temos a vontade política e, portanto, os recursos para fazê-lo", disse a chefe do departamento de decisões de segurança nacional do Colégio naval dos EUA, Joan Johnson-Freese.
A Rússia, que se antecipou aos EUA ao lançar o Sputnik em 1957 e o cosmonauta Yuri Gagarin em 1961, não é mais vista como um competidor no setor espacial. Seu programa espacial busca cooperação com os EUA para o retorno à Lua.
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