Cosmos | Por Carl Sagan

ONG CRIA PRÊMIO PARA MISSÃO QUE CONSEGUIR "ETIQUETAR" ASTERÓIDE

Objetivo é encorajar iniciativas para proteger a Terra.
O asteróide Apófis pode bater no planeta em 2036.


Salvador Nogueira, do G1, em São Paulo

A grana não é muita -- US$ 50 mil, que não fazem nem cócegas se o assunto for desenvolver uma missão espacial. Mas o que a ONG americana Sociedade Planetária quer é principalmente gerar um chamariz -- a Terra precisa de ajuda para se proteger contra uma futura colisão espacial.

O alvo em vista (ou o projétil, melhor dizendo) é o asteróide Apófis. Ele dá uma volta em torno do Sol a cada sete anos e, em 2029, passará muito perto da Terra -- a menos de 36 mil quilômetros, mais perto que os principais satélites de telecomunicações. Mas não irá colidir.

Essa é a boa notícia. A má é que a passagem fará com que a gravidade da Terra mude a trajetória do asteróide. Na próxima passagem do Apófis, em 2036, muito provavelmente ele não irá colidir com a Terra. Mas a segurança não é de 100% -- ele pode bater.

E o pior: ninguém consegue prever com exatidão que rumo ele vai tomar após a passagem de 2029. É onde entra a proposta da Sociedade Planetária: eles querem encorajar alguém a desenvolver uma missão que aproveite a aproximação de 2029 para colocar uma "etiqueta" no Apófis -- permitindo monitorar sua trajetória com exatidão dali em diante.

"Com essa competição, esperamos não apenas gerar idéias criativas sobre como etiquetar o Apófis, mas também estimular maior conscientização da ameaça dos objetos próximos à Terra", disse, em nota, Bruce Betts, diretor de projetos da Sociedade Planetária.

De fato, o Apófis tem apenas 400 metros de diâmetro, o que nem qualifica o bólido como um "destruidor de civilização" -- para isso, os astrônomos estimam que seja preciso um objeto com diâmetro de um quilômetro ou mais. Entretanto, mesmo um objeto menor pode causar terrível devastação local, caso se choque com a Terra. E os pesquisadores estimam que cerca de mil objetos com mais de um quilômetro tenham órbitas que cruzam ou se aproximam da terrestre. Ou seja, o perigo é real.

E a Terra já conhece a história: foi justamente uma pancada cósmica o evento que precipitou a morte dos dinossauros, 65 milhões de anos atrás.

A proposta da Competição de Design de Missão a Apófis foi apresentada pela Sociedade Planetária durante a reunião anual da União Geofísica Americana, em San Francisco, Califórnia.

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