Cientistas desconfiam que Titã abrigue formas de vida
Uma equipe de cientistas internacionais anunciou ontem a existência de lagos de metano na superfície de Titã, a maior das luas do planeta Saturno. Um dos lagos, inclusive, teria as dimensões do Mar Morto. A descoberta, feita através de imagens da Sonda Cassini, coloca o astro em um seleto grupo, que até hoje só tinha a Terra como membro — a dos corpos conhecidos do Sistema Solar que possuem um sistema “hidrológico” completo, com a circulação de líquidos entre a atmosfera e o solo.
Durante muito tempo, os astrônomos defenderam, com base em observações telescópicas, a existência de lagos na superfície de Saturno, mas uma densa névoa impedia um parecer mais definitivo. As imagens capturadas em julho do ano passado mostram mais de 75 grandes manchas escuras em torno do pólo. São superfícies bastante cheias, que contrastam com o terreno circundante, o que faz pensar que se trata de líquido, rochas ou gelo, afirmam os pesquisadores liderados por Ellen Stofan, do University College de Londres.
Devido a seus traços morfológicos, aos testes radiométricos e à sua situação topográfica, a equipe chegou à conclusão de que são lagos de hidrocarbonetos em estado líquido, ou seja, de metano. Com isso, eles desconfiam que é possível que Titã abrigue formas de vida.
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