Sob críticas dos EUA, primeiro satélite iraniano é lançado
O Irã lançou seu primeiro satélite de fabricação própria na manhã de ontem, com a ajuda do foguete Safir-2. O lançamento foi encarado com preocupação pelo Pentágono e por outros países desenvolvidos, como a França, pois "parte da tecnologia pode também ser usada para o desenvolvimento de mísseis balísticos".
– A tecnologia do satélite tem fins puramente pacíficos, para atender às necessidades do país – ponderou Manouchehr Mottaki, ministro das Relações Exteriores do Irã, em uma entrevista coletiva antes da cúpula da União Africana, em Adis-Abeba.
O lançamento do satélite Omid (Esperança) marca o 30º aniversário da Revolução Islâmica de 1979.
– Os satélites são um meio muito essencial de reunir dados ambientais e climáticos, e muitas outras informações necessárias para projetos tecnológicos e agrícolas – afirmou Mottaki.
O ministro disse ainda que o Irã acredita que as tecnologias mais recentes devem estar disponíveis a todos os países.
– A diferença entre o nosso país e os outros que têm essa capacidade é que acreditamos que a ciência pertence a toda a humanidade – disse. – Algumas pessoas acreditam que as tecnologias avançadas pertencem somente a alguns países.
O político ressaltou que a capacidade militar do Irã é somente defensiva:
– Na história do Irã, nos últimos 100 anos, você não pode apontar nenhuma agressão cometida pelo país contra qualquer outra nação. O povo iraniano ama a paz. Eles querem paz com todos os países do mundo.
Caso seja confirmada a entrada em órbita do Omid, o Irã será o segundo país da região, depois de Israel, com capacidade para lançar satélites. A comunidade internacional teme que o mesmo permita a Teerã desenvolver suas capacidades de ataque militar.
– Certamente é uma razão para nós nos preocuparmos sobre o Irã e suas tentativas contínuas de desenvolver um programa de mísseis balísticos de longo alcance – afirmou o secretário de imprensa do Pentágono Geoff Morrell.
Mais cedo, uma autoridade de segurança nacional dos Estados Unidos disse que o lançamento do satélite tinha importância simbólica e que não alteraria o panorama estratégico da região.
– A tecnologia que eles empregaram no satélite provavelmente não é de ponta, mas para os iranianos é um importante avanço simbólico – disse a autoridade, em condição de anonimato.
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