Cosmos | Por Carl Sagan

Evento mundial celebra missão do espaço de unir o mundo

Semana Mundial do Espaço acontece entre os dias 4 e 10 de outubro; evento criado pela Assembleia Geral celebra as contribuições da ciência e tecnologia espacial no avanço das condições humanas; professor brasileiro usa construção de satélite para inspirar interesse de alunos pela ciência.


ONU

Foi em 4 de outubro que o primeiro satélite foi lançado para o espaço. Chamado Sputnik I, ele abriu o caminho para a exploração espacial.

Estação Espacial Internacional | NASA

Para celebrar a data, em 1999 a Assembleia Geral declarou que o período entre 4 e 10 de outubro, passaria a ser a Semana Mundial do Espaço. A ideia era comemorar as contribuições da ciência espacial e tecnologia no avanço das condições humanas.

A semana também marca o Tratado sobre os Princípios que Regem as Atividades dos Estados na Exploração e Utilização do Espaço Exterior, incluindo a Lua e outros Corpos Celestes, que entrou em vigor em 10 de outubro de 1967.

“O Espaço Une o Mundo”

Este ano, o tema central da Semana Mundial do Espaço é “O Espaço Une o Mundo”. De acordo com a ONU, a semana é o maior evento anual ligado à área do mundo. Este ano, acontecem milhares de atividades em mais de 80 países.

Para as Nações Unidas, a semana ajuda a construir a força de trabalho para o futuro, inspirando alunos. Ela também educa o público em relação às atividades espaciais e promove a cooperação internacional em atividades espaciais e educacionais.

UbatubaSat

Na cidade costeira de Ubatuba, no estado de São Paulo no Brasil, um professor de matemática de uma escola pública também acredita que o espaço pode estimular nos estudantes o interesse pela ciência. Foi com essa intenção, que ele iniciou o Projeto UbatubaSat, onde alunos com entre 10 e 12 anos trabalham na construção de um satélite.

Estudantes do UbatubaSat na sede do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais brasileiro, INPE, by Daniela Gross

A ONU News conversou com o professor Candido Moura de Ubatuba e ele contou mais detalhes sobre o projeto.

“A gente se deparou com uma notinha numa revista de divulgação cientifica aqui no Brasil chamada Super Interessante e nessa notinha a gente viu que uma startup americana estava desenvolvendo um foguete, um lançador, e que estava vendendo o kit do satélite como um meio que eles encontraram para financiar o desenvolvimento do lançador deles. A gente achou que seria uma ideia interessante fazer isso com os alunos, entramos em contato com eles, que acharam a ideia maravilhosa e disseram que a equipe seria a mais jovem no mundo a estar envolvida num projeto espacial.”

Tancredo I

Depois de anos trabalhando no projeto, o satélite Tancredo I, construído pelos estudantes numa parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais brasileiro, foi lançado ao espaço em janeiro de 2017, da Agência Espacial Japonesa. O projeto também contou com outros parceiros, incluindo a Agência Espacial Brasileira.

Para o professor Candido, que agora trabalha com novos estudantes na construção do satélite Tancredo II, projeto como este podem criar uma nova perspectiva de vida para os estudantes.

“Aqui no Brasil, normalmente, os cursos de ciências são muito teóricos, os alunos têm pouca oportunidade de participar de atividades mão na massa, e a gente sente a necessidade de disso. A gente acha que é muito importante que o aluno tenha essa oportunidade, que ele veja a ciência de perto, como as coisas realmente são feitas. Porque é um jeito dele conhecer a ciência, ver como é o trabalho de um cientista profissional e eventualmente desenvolver o gosto por isso e ver que essa é uma possibilidade de carreira para ele, que isso pode fazer parte da vida dele.

Como parte do Projeto UbatubaSat, os estudantes chegaram a visitar a sede da Nasa nos Estados Unidos e da Jaxa no Japão.

Unispace+50

O tema da Semana Mundial do Espaço este ano, também foi inspirado no evento Unispace+50, que reuniu líderes mundiais em junho de 2018. O evento promoveu a cooperação entre os países que já exploram o espaço e as "nações espaciais" emergentes.

De acordo com a ONU, a ciência e tecnologia espacial e as aplicações delas cada vez mais dão suporte há um grande número de atividades das Nações Unidas. Pelo menos 25 agências da ONU e o Banco Mundial utilizam rotineiramente aplicações espaciais.

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