Cosmos | Por Carl Sagan

EUA continuam precisando da Rússia no espaço

A Rússia e os Estados Unidos têm uma história impressionante de cooperação e o lançamento de um foguete russo transportando suprimentos para a Estação Espacial Internacional é um excelente exemplo.


Sputnik

Quaisquer que sejam os problemas nas relações entre os EUA e a Rússia, por mais intensas que sejam as tensões, a retórica americana sobre a Ucrânia ou o aumento da presença militar da OTAN, Washington precisa da ajuda de Moscou em várias áreas – desde o problema nuclear iraniano até à exploração do espaço.

Vista do espaço da nave espacial Soyuz

O jornalista americano Howard LaFranchi escreveu em seu artigo no Christian Science Monitor (CSM):

"Após dois lançamentos fracassados nas últimas semanas – um americano e um russo – para enviar comida, água e grande quantidade de pasta de dentes à tripulação da estação espacial, o lançamento bem sucedido de sexta-feira foi aplaudido em todo o mundo, não importa qual tenha sido a bandeira no foguete."

No domingo (5) a espaçonave de carga russa Progress-M28M acoplou com êxito a EEI. A entrega bem sucedida veio uma semana após a SpaceX Falcon 9, carregando a nave de carga Dragon, ter explodido minutos após a decolagem.

E mais do que isso, os foguetes russos continuam sendo os únicos que podem trazer as tripulações da EEI de volta à Terra, por razão da decisão tomada pela NASA em 2011 de abandonar o programa de naves espaciais. Os veículos portadores russos continuarão sendo os únicos até finais de 2017, quando deverá aparecer uma alternativa aos cargueiros americanos.

Mas o espaço não é única área da cooperação russo-americana. Segundo destaca a CSM, diplomatas dos dois países trabalham para atingir um objetivo comum nas negociações sobre o programa nuclear do Irã – assegurar-se de que as ambições nucleares do Irã são pacíficas.

As negociações estão na fase final e o acordo deverá ser assinado em poucos dias.

LaFranchi também opina que os esforços internacionais para combater o grupo terrorista Estado Islâmico são mais um interesse conjunto dos EUA e da Rússia. O jornalista escreveu que as tensões entre Washington e Moscou podem ser acentuadas, mas as duas potências parecem deixar os problemas de lado para enfrentar desafios importantes e atingir objetivos mutuamente vantajosos.

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