Setor espacial está otimista com possíveis acordos
Expectativa é avançar em troca de tecnologia para construção e lançamento de satélites
Leila Suwwan - O Globo
SÃO PAULO. O acordo de cooperação com os Estados Unidos no setor espacial - alvo de atenção especial, segundo o chanceler Antonio Patriota - busca abrir as portas para que o Brasil compre e absorva tecnologias para aprimorar o conhecimento nacional nos setores de construção e lançamento de satélites.
As relações nesse setor amargaram, principalmente, com os atritos políticos e fracasso do acordo de salvaguardas e uso da base de lançamento de Alcântara (MA). Porém, o setor está otimista com a visita do presidente Barack Obama e com a perspectiva de entendimentos com os norteamericanos, que ajudarão o Brasil a ingressar em um mercado que movimenta cerca de US$250 bilhões por ano. O principal entrave brasileiro é a dificuldade em desenvolver tecnologia nacional sem o uso de peças americanas, que dominam 83% do setor e carregam restrições de uso - as exigências dos EUA fecharam boa parte do mercado de lançamento para o Brasil. O Congresso Nacional não aceitou as salvaguardas americanas de uso exclusivo e vistorias em Alcântara. E, antes disso, existiu temor por um viés militarista do programa espacial, já que a FAB detinha a massa crítica no lançamento de foguetes.
- Abrimos uma pauta de negociação em 2009, com um grande acordo guarda-chuva negociado com Charles Bolden (administrador da Nasa). Mas, neste momento, não temos ainda o acordo que é indispensável para a cooperação, na compra e na troca de tecnologia. A vinda do presidente Obama abre a oportunidade de novas conversas nos eixos que são estratégicos para o Brasil - explica Carlos Ganem, ex-presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB).
- Antes das barreiras, o Brasil construiu dois satélites de coleta de dados que estão em uso há 17 anos. Mas, depois, colocaram nosso país no clube dos inimigos. E impuseram restrições para não deixar que desenvolvêssemos em casa tecnologia com as peças deles - completou Ganem, que foi sucedido na AEB por Marco Antonio Raupp.
Segundo Ganem, a AEB enviou uma carta de intenções no ano passado, que ajudou na reaproximação dos países no setor espacial. Ele considera que Alcântara foi um "processo mal conduzido", mas evita críticas, por considerar que ambos lados hoje demonstram posturas "amenas e abertas".
Leila Suwwan - O Globo
SÃO PAULO. O acordo de cooperação com os Estados Unidos no setor espacial - alvo de atenção especial, segundo o chanceler Antonio Patriota - busca abrir as portas para que o Brasil compre e absorva tecnologias para aprimorar o conhecimento nacional nos setores de construção e lançamento de satélites.
As relações nesse setor amargaram, principalmente, com os atritos políticos e fracasso do acordo de salvaguardas e uso da base de lançamento de Alcântara (MA). Porém, o setor está otimista com a visita do presidente Barack Obama e com a perspectiva de entendimentos com os norteamericanos, que ajudarão o Brasil a ingressar em um mercado que movimenta cerca de US$250 bilhões por ano. O principal entrave brasileiro é a dificuldade em desenvolver tecnologia nacional sem o uso de peças americanas, que dominam 83% do setor e carregam restrições de uso - as exigências dos EUA fecharam boa parte do mercado de lançamento para o Brasil. O Congresso Nacional não aceitou as salvaguardas americanas de uso exclusivo e vistorias em Alcântara. E, antes disso, existiu temor por um viés militarista do programa espacial, já que a FAB detinha a massa crítica no lançamento de foguetes.
- Abrimos uma pauta de negociação em 2009, com um grande acordo guarda-chuva negociado com Charles Bolden (administrador da Nasa). Mas, neste momento, não temos ainda o acordo que é indispensável para a cooperação, na compra e na troca de tecnologia. A vinda do presidente Obama abre a oportunidade de novas conversas nos eixos que são estratégicos para o Brasil - explica Carlos Ganem, ex-presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB).
- Antes das barreiras, o Brasil construiu dois satélites de coleta de dados que estão em uso há 17 anos. Mas, depois, colocaram nosso país no clube dos inimigos. E impuseram restrições para não deixar que desenvolvêssemos em casa tecnologia com as peças deles - completou Ganem, que foi sucedido na AEB por Marco Antonio Raupp.
Segundo Ganem, a AEB enviou uma carta de intenções no ano passado, que ajudou na reaproximação dos países no setor espacial. Ele considera que Alcântara foi um "processo mal conduzido", mas evita críticas, por considerar que ambos lados hoje demonstram posturas "amenas e abertas".
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