Crise russo-ucraniana paralisa projetos no setor espacial
Após os eventos no leste da Ucrânia e a reintegração da Crimeia à Rússia, a cooperação dos dois países na esfera espacial entrou em um processo de congelamento. Confira quais projetos e centros espaciais foram afetados pela crise entre os vizinhos.
Andrei Borissov | Lenta.ru
Com o colapso da União Soviética, as empresas aeroespaciais da Ucrânia permaneceram focadas na cooperação com a Rússia. Moscou, por sua vez, manteve os fornecimentos destinados a programas espaciais pacíficos e atividades da Estação Espacial Internacional. No entanto, muitos projetos conjuntos estão ameaçados.
Prova disso é que, no decorrer de 2014, as empresas ucranianas não receberam qualquer encomenda da Rússia para o fornecimento de veículos lançadores nem de naves espaciais.
Sea Launch
A Sea Launch (Plataforma de Lançamentos Marítimos) é o único cosmódromo flutuante do mundo. O projeto previa o lançamento de dispositivos espaciais em veículos lançadores ucranianos a partir da Odyssey, uma plataforma japonesa de extração de petróleo remodelada.
Além das grandes corporações russa Enérguia e ucraniana Iujnoie, integravam o projeto a norte-americana Boeing, a fábrica Iujmash e a companhia de construção naval norueguesa Aker Solutions.
A participação da Ucrânia no projeto se resumia à produção dos dois primeiros estágios do foguete Zenit-3SL, cujos componentes são 70% russos.
Em junho de 2009, o consórcio internacional declarou falência e, no ano seguinte, a Boeing transferiu a gestão do projeto para a Enérguia. Em dezembro do ano passado, a Rússia emitiu um comunicado sobre a impossibilidade de continuar a cooperação com a Ucrânia no projeto e anunciou uma possível cooperação com o Brasil. Mas, como a parceria não foi para frente, as autoridades brasileiras declararam que iriam abandonar o projeto em abril deste ano.
Plataforma de Lançamentos Terrestres
Este projeto aproveita ao máximo as práticas desenvolvidas para o Sea Launch e prevê a utilização de foguetes Zenit-3SLB e Zenit-3SLBF para o lançamento de dispositivos espaciais a partir do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.
De abril de 2008 a setembro de 2013, todos os nove lançamentos de foguetes Zenit no âmbito do projeto “Lançamento Terrestre” foram bem sucedidos. Supunha-se até que esses foguetes iriam substituir gradativamente o Próton-M no Cosmódromo de Baikonur, pois eram mais baratos e agrediam menos o ambiente.
O lado ucraniano não exclui que os projetos Sea Launch e Lançamento Terrestre podem ter uma segunda chance no âmbito do programa Lançamento Aéreo, no qual está previsto o lançamento de foguetes Zenit a partir do avião de transporte An-225 Mriya, que possui grande capacidade de carga.
Rokot
Fabricados pelo centro russo Khrunitchev, os foguetes-portadores leves Rokot, de três estágios, são capazes de levar cargas de até duas toneladas para órbitas baixas da Terra. A companhia ucraniana Khartron fornece os sistemas de controle deste rebocador espacial.
O maior número de pedidos para a aquisição de foguetes Rokot partia do Ministério de Defesa da Rússia. A principal vantagem de utilizar esses foguetes consistia no baixo custo – cerca de US $ 20 milhões, incluindo a produção e o lançamento. Porém, os militares russos terão que desistir deles. O motivo disso é que o lado ucraniano está limitando o fornecimento de tecnologias para a Rússia.
Centro ucraniano de voos espaciais
Após a reintegração da Crimeia à Rússia, a Ucrânia perdeu o acesso ao seu Centro de Controle de Voos Espaciais (TsUPu, na sigla em russo), situado na aldeia de Vitino. Lá estava instalado o painel de controle das naves espaciais de pesquisa científica da família Sitch, bem como o sistema de controle do primeiro satélite de telecomunicações ucraniano Libìd, que ainda não foi lançado.
A Rússia não devolveu à Ucrânia os equipamentos do TsUPu, que agora passou a integrar o Centro de Testes Titov das tropas de defesa aeroespacial da Rússia. Paralelamente, a Ucrânia transferiu as funções de controle do satélite Libìd para a empresa Ukrkosmos, situada em Kiev, onde está sendo planejada a criação de um novo posto de comando.
Enquanto ele não é implantado o país espera controlar o satélite Libìd com a ajuda de uma estação alugada, situada na Itália. Para controlar o grupo de satélites a Ucrânia está criando um complexo na região de Khmelnitski.
A Sea Launch (Plataforma de Lançamentos Marítimos) é o único cosmódromo flutuante do mundo. O projeto previa o lançamento de dispositivos espaciais em veículos lançadores ucranianos a partir da Odyssey, uma plataforma japonesa de extração de petróleo remodelada.
Além das grandes corporações russa Enérguia e ucraniana Iujnoie, integravam o projeto a norte-americana Boeing, a fábrica Iujmash e a companhia de construção naval norueguesa Aker Solutions.
A participação da Ucrânia no projeto se resumia à produção dos dois primeiros estágios do foguete Zenit-3SL, cujos componentes são 70% russos.
Em junho de 2009, o consórcio internacional declarou falência e, no ano seguinte, a Boeing transferiu a gestão do projeto para a Enérguia. Em dezembro do ano passado, a Rússia emitiu um comunicado sobre a impossibilidade de continuar a cooperação com a Ucrânia no projeto e anunciou uma possível cooperação com o Brasil. Mas, como a parceria não foi para frente, as autoridades brasileiras declararam que iriam abandonar o projeto em abril deste ano.
Plataforma de Lançamentos Terrestres
Este projeto aproveita ao máximo as práticas desenvolvidas para o Sea Launch e prevê a utilização de foguetes Zenit-3SLB e Zenit-3SLBF para o lançamento de dispositivos espaciais a partir do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.
De abril de 2008 a setembro de 2013, todos os nove lançamentos de foguetes Zenit no âmbito do projeto “Lançamento Terrestre” foram bem sucedidos. Supunha-se até que esses foguetes iriam substituir gradativamente o Próton-M no Cosmódromo de Baikonur, pois eram mais baratos e agrediam menos o ambiente.
O lado ucraniano não exclui que os projetos Sea Launch e Lançamento Terrestre podem ter uma segunda chance no âmbito do programa Lançamento Aéreo, no qual está previsto o lançamento de foguetes Zenit a partir do avião de transporte An-225 Mriya, que possui grande capacidade de carga.
Rokot
Fabricados pelo centro russo Khrunitchev, os foguetes-portadores leves Rokot, de três estágios, são capazes de levar cargas de até duas toneladas para órbitas baixas da Terra. A companhia ucraniana Khartron fornece os sistemas de controle deste rebocador espacial.
O maior número de pedidos para a aquisição de foguetes Rokot partia do Ministério de Defesa da Rússia. A principal vantagem de utilizar esses foguetes consistia no baixo custo – cerca de US $ 20 milhões, incluindo a produção e o lançamento. Porém, os militares russos terão que desistir deles. O motivo disso é que o lado ucraniano está limitando o fornecimento de tecnologias para a Rússia.
Centro ucraniano de voos espaciais
Após a reintegração da Crimeia à Rússia, a Ucrânia perdeu o acesso ao seu Centro de Controle de Voos Espaciais (TsUPu, na sigla em russo), situado na aldeia de Vitino. Lá estava instalado o painel de controle das naves espaciais de pesquisa científica da família Sitch, bem como o sistema de controle do primeiro satélite de telecomunicações ucraniano Libìd, que ainda não foi lançado.
A Rússia não devolveu à Ucrânia os equipamentos do TsUPu, que agora passou a integrar o Centro de Testes Titov das tropas de defesa aeroespacial da Rússia. Paralelamente, a Ucrânia transferiu as funções de controle do satélite Libìd para a empresa Ukrkosmos, situada em Kiev, onde está sendo planejada a criação de um novo posto de comando.
Enquanto ele não é implantado o país espera controlar o satélite Libìd com a ajuda de uma estação alugada, situada na Itália. Para controlar o grupo de satélites a Ucrânia está criando um complexo na região de Khmelnitski.
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