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Agência Espacial pode mudar local de lançamento



SÃO LUÍS - O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, afirmou ontem, durante palestra em um evento de ciência, tecnologia e desenvolvimento sustentável, realizado em São Luís, que a agência estuda a possibilidade de substituição do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, para outro local.

De acordo com a própria AEB, a possibilidade de mudança das atividades do CLA para outro sítio de lançamento tem relação direta com os entraves burocráticos e sociais relacionados às obras de ampliação do CLA para uma área quilombola da região.

No entanto, ele explicou que estudos de viabilidade técnica de novos sítios de lançamento são uma ação quase rotineira da agência e do Programa Espacial Brasileiro. "Estamos sempre realizando esses estudos. Se Alcântara não nos quiser, iremos para outro local. Hoje em dia, a boa localização para lançamento pode ser substituída", analisou Ganem.

Mesmo diante dessa informação, o presidente da AEB não deu detalhes relacionados a novas sedes de sítios de lançamento no Brasil. Apesar disso, ele destacou que a cidade de Macapá, por exemplo, poderia ser um local que apresenta condições favoráveis de lançamento.

Burocracia

Em setembro deste ano, a Justiça Federal do Maranhão determinou que a AEB e a empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS) - uma cooperação tecnológica entre Brasil e Ucrânia - interrompessem as obras de construção de sítios de lançamentos nos territórios das comunidades quilombolas de Mamuna e Baracatatiua. Em 6 de novembro, durante audiência pública conciliatória, tanto a AEB quanto a ACS anunciaram oficialmente a desistência do projeto de ampliação do CLA nas áreas das comunidades quilombolas.

O projeto de expansão do CLA, que previa a instalação de um complexo científico com universidades, hospitais e centros de pesquisas, será alterado. A expectativa inicial era que ele fosse concluído em 2011. Mesmo diante da possibilidade de transferência das atividades do CLA, pelo menos por enquanto, a AEB mantém os investimentos na base visando a consolidação do Programa Espacial Brasileiro.

As obras de reconstrução da Torre Móvel de Integração (TMI) e do conjunto técnico de infraestrutura do CLA para lançamento do veículo lançador de satélite (VLS) já foram iniciadas e a expectativa é que até 2010 a torre tenha condições de fazer o lançamento do veículo. As obras de reconstrução da TMI devem consumir R$ 40 milhões em 2008 e R$ 60 milhões em 2009.

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