'Não deveria existir': astrofísicos descobrem algo inesperado em estrela anã da Via Láctea
Um grupo de cientistas do Instituto de Astrofísica de Canárias (IAC) e da Universidade de Cambridge descobriu que a antiga estrela anã J0023+0307 contém lítio, um dos metais mais leves, segundo comunicado, divulgado no site do IAC.
Sputnik
Na astrofísica, qualquer elemento mais pesado do que hidrogênio e hélio é considerado "metal", e o lítio está entre os mais leves entre os metais.
Estrela anã © Foto: YouTube/Massachusetts Institute of Technology/ Captura do Ecrã |
A J0023+0307, que se encontra a 9.450 anos-luz do nosso planeta, foi descoberta em fevereiro do ano passado em um halo da Via Láctea. Carlos Allende Prieto, coautor do estudo publicado quando foi encontrada a estrela, concluiu que, tendo em conta a carência de metal, especialmente de carbono, um corpo celeste desses "não deveria existir". Da mesma forma, o artigo apontou que a descoberta "levanta questões sobre os modelos de formação das estrelas de baixa massa no universo primordial".
Os pesquisadores acreditam que o achado possa proporcionar informações sobre a criação de núcleos atômicos durante o Big Bang.
"Essa estrela primitiva nos surpreendeu com alto conteúdo de lítio e possível relação com o lítio primordial formado no Big Bang", assegurou o autor principal do estudo, David Aguado.
Da mesma forma, os cientistas assinalaram que a J0023+0307 é similar ao nosso Sol, mas possui um conteúdo metálico mais pobre do que o nosso astro. Devido à composição, os pesquisadores creem que a estrela em questão se formou durante os primeiros 300 milhões de anos do Universo.
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