Cosmos | Por Carl Sagan

Nasa suspende cooperação com agência russa

Medida foi tomada em sinal de protesto contra a política russa em relação à Ucrânia. Trabalho conjunto na Estação Espacial Internacional irá continuar.


Tatiana Russakova, Reportagem combinada | Gazeta Russa

A agência espacial norte-americana (Nasa, na sigla em inglês) emitiu um comunicado sobre a quase total suspensão da cooperação com a Rússia. Em sua página do Facebook, a organização explicou que a iniciativa é uma reação à violação da integridade territorial da Ucrânia.

Até nova ordem, os colaboradores da agência estão proibidos de viajar para a Rússia, as teleconferências estão suspensas, assim como as atividades conjuntas e a correspondência por e-mail entre as partes, e as autoridades russas estão proibidas de visitar as instalações da Nasa.

No entanto, Nasa ressaltou que continuará a trabalhar com a Roscosmos (agência espacial russa) na “manutenção do funcionamento seguro e estável da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês)” enquanto a agência americana não retomar os seus próprios lançamentos de naves espaciais tripuladas.

Com o encerramento do programa de ônibus espaciais nos EUA, os astronautas americanos são atualmente transportados para a ISS a bordo das naves russas Soiuz, investindo 70 milhões de dólares pelo transporte de cada astronauta.

A Roscosmos se absteve de comentários em relação a comunicado. Porém, o vice-primeiro-ministro russo Dmítri Rogózin, também responsável por supervisionar a indústria espacial, ressaltou que a cooperação entre os países no setor espacial, já estava limitada ao trabalho conjunto na ISS.

“É evidente que a interação entre Washington e Moscou, no âmbito do projeto da ISS, terá continuidade. Mas os acontecimentos em torno da Ucrânia e da Crimeia vão dar um empurrão nos EUA no sentido de acelerar o trabalho de criação de suas próprias naves espaciais tripuladas”, diz Iúri Karach, membro correspondente da Academia Russa de Cosmonáutica Tsiolkovski.

Segundo o especialista, a cooperação na área espacial entre a URSS e os EUA, e posteriormente com a Rússia, sempre foi dependente do contexto político global das relações entre os dois países.

Daqui a dois anos, quando a nova nave espacial tripulada Dragon, o miniônibus Dream Chaser, e as naves Orion e CST100 começarem a voar, “é bem possível que qualquer cooperação significativa na área espacial entre os EUA e a Rússia continuará a existir apenas nas páginas dos livros didáticos”, garante Karach.

A cooperação com a Nasa começou ainda nos tempos soviéticos, na década de 1960, sob a forma de projetos conjuntos nas áreas de medicina, geodésia e biologia. Em 1972, a URSS e os EUA assinaram um acordo sobre a cooperação referente à utilização pacífica do espaço e, em 1975, ocorreu a famosa a acoplagem das naves espaciais Soiuz e Apollo. Na década de 1990, a Rússia e a Nasa expandiram a cooperação pelo programa de utilização conjunta da estação orbital Mir, considerada a precursora da Estação Espacial Internacional.


Projetos estagnados

No momento do comunicado da Nasa referente à interrupção da sua cooperação com a Rússia, os seguintes programas estavam sendo desenvolvidos em conjunto:
*monitoramento da taiga siberiana;
*Geodésia espacial;
*programa de pesquisas atmosféricas Aeronet;
*programa Iniciativa de Parceria de Ciências da Terra do Norte da Eurásia (Neespi), focado no estudo do clima e dos ecossistemas;
*projeto SAGE III, monitoramento da composição da atmosfera terrestre;
*investigações científicas prospectivas, incluindo as relacionadas aos preparativos do voo tripulado a Marte.
*exploração do espaço cósmico, em especial o estabelecimento de uma estação habitável na Lua como primeiro passo para a futura exploração do Sistema Solar.


Com materiais do veículo Newsru.com e da agência de notícias Interfax

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