Cosmos | Por Carl Sagan

Planeta com quatro sóis é descoberto por astrônomos nos EUA

PH1 é pouco maior que Netuno e fica a cerca de 5 mil anos-luz da Terra.
Até hoje, apenas seis planetas são conhecidos por orbitar dois sóis.


Do G1, em São Paulo


Astrônomos da Universidade Yale, nos EUA, e cientistas amadores do projeto Planet Hunters (Caçadores de Planetas) identificaram o primeiro sistema planetário com quatro sóis, a cerca de 5 mil anos-luz da Terra.

O planeta PH1, um provável gigante gasoso pouco maior que Netuno e seis vezes maior que a Terra, orbita duas estrelas que, por sua vez, são orbitadas por outro par de astros distantes. O fenômeno é chamado de "planeta circumbinário em um sistema de quatro estrelas".

A descoberta foi feita em uma revisão de dados do telescópio Kepler, da agência espacial americana (Nasa). Até hoje, apenas seis planetas são conhecidos por orbitar dois sóis, mas nenhum deles são circundados por um sistema binário distante, como nesse caso. Lançado em março de 2009, o Kepler tem como objetivo pesquisar exoplanetas – planetas fora do Sistema Solar – semelhantes à Terra que giram em volta de estrelas.


Planeta com quatro estrelas (Foto: Haven Giguere/Yale University)Planeta PH1 aparece em primeiro plano, à dir., com estrelas ao fundo (Foto: Haven Giguere/Yale University)

A concepção artística acima mostra em primeiro plano o planeta PH1, descoberto pelos voluntários Kian Jek e Robert Gagliano, do Planet Hunters – criado em 2010 para estimular cientistas amadores a identificarem exoplanetas.

Em seguida, astrônomos profissionais dos EUA e da Grã-Bretanha fizeram observações e medições com os telescópios Keck, localizados no monte Mauna Kea, no Havaí.

O PH1 dá uma volta completa ao redor das duas estrelas a cada 137 dias. A Terra, por exemplo, conclui um giro em torno do Sol a cada 365 dias – ou um ano. Um dos astros tem massa 1,5 vez a do Sol e o outro, 0,41.

Já as outras duas estrelas mais afastadas ficam, em relação ao PH1, a uma distância de cerca de 900 vezes o espaço entre a Terra e o Sol.

Os resultados do trabalho foram apresentados nesta segunda-feira (15) na reunião anual da Divisão de Ciências Planetárias da Sociedade Astronômica Americana, na cidade de Reno, Nevada, no oeste dos EUA. Os pesquisadores também enviaram o estudo para avaliação da revista especializada "Astrophysical Journal".
 

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