‘Desemprego’ já é preocupação entre vários astronautas
Giuliana Miranda - Folha.com
Com a aposentadoria da frota de ônibus espaciais da Nasa – prevista para daqui a pouco mais de um mês – e sem perspectiva de uma nave espacial substituta nos próximos anos, a carreira de astronauta passa por um momento de crise.
A Nasa ficará sem meios próprios para mandar seu pessoal para o espaço e dependerá inteiramente de “caronas” na nave russa Soyuz.
Bem menor do que os ônibus espaciais, a Soyuz tem capacidade para apenas três passageiros, contra os sete normalmente levados nos “space shuttles”.
A “fila” para ir ao espaço aumentará consideravelmente, com americanos, japoneses, italianos e até turistas espaciais disputando as vagas “sobressalentes” dos russos.
Sem a perspectiva de voar ou com a necessidade de esperar anos sem a certeza da decolagem, muitos astronautas demonstram insatisfação.
“Eu não diria que o clima está pesado, mas é realmente um momento de incerteza”, avalia o astronauta brasileiro Marcos Pontes, que é alocado no Centro Espacial Johnson, em Houston, onde acontecem os treinamentos.
Só no ano passado, 20 astronautas pediram desligamento da ativa da Nasa. Um número excepcionalmente alto considerando todas as dificuldades da admissão. Além de uma concorrida seleção acadêmica, os aspirantes à carreira passam por um intenso treinamento por cerca de dois anos, que envolve provas de resistência na selva, na água e em diversas situações de emergência.
Mudanças - Desde a explosão do ônibus espacial Columbia, em 2003, a Nasa vem diminuindo o ritmo das admissões. Atualmente, as inscrições estão fechadas. Em nota, a Nasa disse à Folha que ainda “não há planos de começar uma nova seleção”.
Como boa parte do atual treinamento é sobre o funcionamento dos ônibus espaciais, é praticamente certo que ele passará por uma transformação radical. Para lidar com a Soyuz, os 61 astronautas ainda na ativa da Nasa precisarão de um esforço de adaptação.
Além de aprender russo, uma vez que os controles e o contato com o centro de comando são nesse idioma, os eles terão de aprender a voar do jeito Souyz: muito mais apertado que nos “shuttles”.
Tão apertado que astronautas com mais de 1,90 m podem dar adeus às chances de voar no futuro próximo. Caso de Scott Altman, 51, que pediu baixa dos quadros da agência em agosto.
Além de astronautas, outros profissionais ligados ao programa espacial também têm as vagas em risco. Desde 2010,mais de 2.000 já perderam o emprego.
Com a aposentadoria da frota de ônibus espaciais da Nasa – prevista para daqui a pouco mais de um mês – e sem perspectiva de uma nave espacial substituta nos próximos anos, a carreira de astronauta passa por um momento de crise.
A Nasa ficará sem meios próprios para mandar seu pessoal para o espaço e dependerá inteiramente de “caronas” na nave russa Soyuz.
Bem menor do que os ônibus espaciais, a Soyuz tem capacidade para apenas três passageiros, contra os sete normalmente levados nos “space shuttles”.
A “fila” para ir ao espaço aumentará consideravelmente, com americanos, japoneses, italianos e até turistas espaciais disputando as vagas “sobressalentes” dos russos.
Sem a perspectiva de voar ou com a necessidade de esperar anos sem a certeza da decolagem, muitos astronautas demonstram insatisfação.
“Eu não diria que o clima está pesado, mas é realmente um momento de incerteza”, avalia o astronauta brasileiro Marcos Pontes, que é alocado no Centro Espacial Johnson, em Houston, onde acontecem os treinamentos.
Só no ano passado, 20 astronautas pediram desligamento da ativa da Nasa. Um número excepcionalmente alto considerando todas as dificuldades da admissão. Além de uma concorrida seleção acadêmica, os aspirantes à carreira passam por um intenso treinamento por cerca de dois anos, que envolve provas de resistência na selva, na água e em diversas situações de emergência.
Mudanças - Desde a explosão do ônibus espacial Columbia, em 2003, a Nasa vem diminuindo o ritmo das admissões. Atualmente, as inscrições estão fechadas. Em nota, a Nasa disse à Folha que ainda “não há planos de começar uma nova seleção”.
Como boa parte do atual treinamento é sobre o funcionamento dos ônibus espaciais, é praticamente certo que ele passará por uma transformação radical. Para lidar com a Soyuz, os 61 astronautas ainda na ativa da Nasa precisarão de um esforço de adaptação.
Além de aprender russo, uma vez que os controles e o contato com o centro de comando são nesse idioma, os eles terão de aprender a voar do jeito Souyz: muito mais apertado que nos “shuttles”.
Tão apertado que astronautas com mais de 1,90 m podem dar adeus às chances de voar no futuro próximo. Caso de Scott Altman, 51, que pediu baixa dos quadros da agência em agosto.
Além de astronautas, outros profissionais ligados ao programa espacial também têm as vagas em risco. Desde 2010,mais de 2.000 já perderam o emprego.
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