Uma estrela vai invadir nosso sistema solar?
Entrada de Gliese 710 pode ser inofensiva, diz astrônomo
por John Matson - Scientific American Brasil
Um astrônomo russo deixou algumas pessoas preocupadas ao publicar um artigo dizendo que uma estrela anã ─ atualmente a 63 anos-luz de distância ─ poderá, muito provavelmente, entrar em nosso sistema solar em menos de 2 milhões de anos.
Vadim Bobylev, do Observatório de Pulkovo, na Rússia, apresentou em Astronomy Letters uma lista de estrelas próximas que poderão fazer contatos imediatos com a nossa vizinhança solar. Ele descobriu que a Gliese 710, estrela com cerca da metade da massa do Sol, tem uma chance 86% de sair da nuvem de Oort ─ nuvem esférica de cometas no exterior do sistema solar ─ e entrar em nosso sistema daqui a cerca de 1,5 milhão de anos.
Em 1999 uma equipe de pesquisadores cruzou dados do satélite europeu Hipparcos, que catalogou a posição e o movimento de cerca de 120 mil estrelas na Via Láctea. A pesquisa, publicada no Astronomical Journal, constatou que Gliese 710 provavelmente esteve a uma distância cerca de 1,1 anos-luz do sol. Os autores do estudo, concluíram que a “viagem” de Gliese 710 no passado ocorreu quando houve a dispersão de milhões de cometas, felizmente, porém, para fora de nosso sistema solar.
Sempre há noticias dramáticas, mas, como Bobylev observou, a futura “entrada” da Gliese 710 é conhecida há mais de uma década. E como foi apontado, o encontro poderá ser inofensivo.
Paul Weissman, cientista sênior no Jet Propulsion Laboratory da Nasa em Pasadena, Califórnia, e coautor do artigo original, diz que seria necessária uma aproximação muito maior da Gliese 710 ao Sol para iniciar uma chuva de cometas na Terra. “Isso não é impossível, dada a nossa incerteza sobre a movimentação da estrela, mas a pesquisa de Bobylev indica ser improvável”, completa Weissman, notando uma boa dose de incerteza em relação à rota da estrela Gliese 710.
Mas mesmo se as gerações futuras, daqui a milhões de anos, possam sofrer com a queda de uma estrela-anã na Terra, não poderíamos fazer nada. Há 1,5 milhão de anos atrás, a espécie humana ainda não existia e o estágio da tecnologia doHomo erectus eram apenas ferramentas de pedra e, possivelmente, um fogo controlado. É de se esperar que, se a humanidade evoluiu tanto em poucos milhões de anos, no futuro os habitantes terrestres possam apenas apertar um botão e acabar com qualquer ameaça de apocalipse.
por John Matson - Scientific American Brasil
Um astrônomo russo deixou algumas pessoas preocupadas ao publicar um artigo dizendo que uma estrela anã ─ atualmente a 63 anos-luz de distância ─ poderá, muito provavelmente, entrar em nosso sistema solar em menos de 2 milhões de anos.
Vadim Bobylev, do Observatório de Pulkovo, na Rússia, apresentou em Astronomy Letters uma lista de estrelas próximas que poderão fazer contatos imediatos com a nossa vizinhança solar. Ele descobriu que a Gliese 710, estrela com cerca da metade da massa do Sol, tem uma chance 86% de sair da nuvem de Oort ─ nuvem esférica de cometas no exterior do sistema solar ─ e entrar em nosso sistema daqui a cerca de 1,5 milhão de anos.
Em 1999 uma equipe de pesquisadores cruzou dados do satélite europeu Hipparcos, que catalogou a posição e o movimento de cerca de 120 mil estrelas na Via Láctea. A pesquisa, publicada no Astronomical Journal, constatou que Gliese 710 provavelmente esteve a uma distância cerca de 1,1 anos-luz do sol. Os autores do estudo, concluíram que a “viagem” de Gliese 710 no passado ocorreu quando houve a dispersão de milhões de cometas, felizmente, porém, para fora de nosso sistema solar.
Sempre há noticias dramáticas, mas, como Bobylev observou, a futura “entrada” da Gliese 710 é conhecida há mais de uma década. E como foi apontado, o encontro poderá ser inofensivo.
Paul Weissman, cientista sênior no Jet Propulsion Laboratory da Nasa em Pasadena, Califórnia, e coautor do artigo original, diz que seria necessária uma aproximação muito maior da Gliese 710 ao Sol para iniciar uma chuva de cometas na Terra. “Isso não é impossível, dada a nossa incerteza sobre a movimentação da estrela, mas a pesquisa de Bobylev indica ser improvável”, completa Weissman, notando uma boa dose de incerteza em relação à rota da estrela Gliese 710.
Mas mesmo se as gerações futuras, daqui a milhões de anos, possam sofrer com a queda de uma estrela-anã na Terra, não poderíamos fazer nada. Há 1,5 milhão de anos atrás, a espécie humana ainda não existia e o estágio da tecnologia doHomo erectus eram apenas ferramentas de pedra e, possivelmente, um fogo controlado. É de se esperar que, se a humanidade evoluiu tanto em poucos milhões de anos, no futuro os habitantes terrestres possam apenas apertar um botão e acabar com qualquer ameaça de apocalipse.
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